Auditoria revela deficiências na gestão e na efetividade das políticas de geração de emprego
Uma auditoria conduzida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) revelou falhas significativas na alocação dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). De acordo com o órgão, a distribuição dos recursos, que deveria fortalecer políticas ativas de geração de emprego e capacitação profissional, apresenta incoerências operacionais e falta de integração com outras iniciativas do governo.
Falhas na gestão
O ministro relator do caso, Aroldo Cedraz, destacou que a auditoria identificou falta de coordenação interna e ausência de medição de indicadores de desempenho. “Sem esses indicadores, não é possível medir os resultados das políticas de geração de emprego, em especial os efeitos dos projetos de infraestrutura financiados e das iniciativas de capacitação e intermediação de mão de obra”, alertou Cedraz.
O TCU também verificou que o acompanhamento das atividades financiadas pelo FAT não demonstra, de forma clara, se os recursos estão sendo utilizados de maneira eficiente. A ausência de uma avaliação que relacione a quantidade de empregos gerados às despesas aplicadas compromete a transparência e a efetividade do programa.
Deficiências na intermediação de mão de obra
Outro ponto crítico apontado pela auditoria foi a fragilidade no processo de intermediação de mão de obra realizado pela Rede Sine. Segundo Cedraz, essa deficiência impacta negativamente no preenchimento adequado das vagas oferecidas. O levantamento do TCU mostra que, entre 2020 e 2023, a Rede Sine intermediou aproximadamente 1,58 milhão de contratações, o que representa apenas 29% das vagas disponíveis e 1,9% das admissões totais registradas no Brasil.
Implicações e próximos passos
Os resultados da auditoria reforçam a necessidade de revisão e aprimoramento da gestão dos recursos do FAT. Especialistas apontam que a implementação de indicadores de desempenho e maior coordenação com outras políticas públicas são essenciais para garantir que os investimentos gerem impacto real na geração de empregos e na qualificação profissional da população.
A reportagem segue acompanhando os desdobramentos e novas medidas que possam ser adotadas pelo governo para corrigir as falhas identificadas.